segunda, 29 de abril de 2019 - 09:20h
Iepa vai aumentar capacidade de laboratório para experimentos com mosquitos
Experimentos servem para a criação de alternativas de combate aos transmissores, a exemplo de mosquiteiros já usados para se proteger de malária.
Por: Ailton Leite
Foto: Maksuel Martins/Secom
O espaço será o maior do Estado, aumentando a capacidade de produção de 4 para 10 mil insetos, semanalmente

O Instituto de Pesquisas Cientificas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa) prevê para os próximos dias a inauguração do novo insetário do Laboratório de Entomologia Médica. O espaço será o maior do Estado, aumentando a capacidade de produção de 4 para 10 mil insetos, semanalmente. A produção de espécies de mosquitos em insetário é essencial para pesquisas. É através delas que os pesquisadores buscam novos produtos, inseticidas biológicos ou químicos e outras alternativas de combate através de extrato de plantas da Amazônia.

De acordo com o biólogo e diretor de pesquisas do Iepa, Allan Kardec, a ampliação do laboratório contou com recursos do Ministério da Saúde através da Fundação Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro no valor de R$ 45 mil. “Como somos um importante parceiro do Ministério da Saúde através das pesquisas realizadas pelo nosso laboratório, eles entenderam a necessidade de se ampliar este espaço afim de aumentarmos nossas linhas de pesquisas”, apontou o diretor.

Experimentos

O insetário é um espaço onde se reproduzem insetos coletados em um ambiente natural e se ‘colonizam’ os transmissores de doenças. Atualmente, ele tem a criação de espécies como Aedes aegypti, transmissor de dengue, zika e chikungunya, Anopheles, responsável pela transmissão da malária e, Triatomíneos, popularmente chamada de Barbeiro, transmissor da doença de Chagas. “Para isso, é necessário ter uma população de mosquitos homogênea, criadas em laboratório, com a mesma idade e características biológicas e sem nenhum vício de inseticida, para que os produtos sejam testados”, explicou Kardec.

Os pesquisadores do Iepa capturam os mosquitos em campo. Em seguida, os insetos são colocados em gaiolas - uma espécie de incubadoras -, onde serão criados por um determinado tempo. Das fêmeas, são retiradas as larvas que são guardadas e, posteriormente, usadas para a reprodução. O processo serve para avaliar a resistência dos insetos nos experimentos aos inseticidas criados, bem como, a avaliação de tempo de vida de cada espécie. O Aedes aegypti por exemplo, tem vida média de 40 dias na fase adulta.

Resultados

Do insetário do Iepa surgiram pesquisas que resultaram, por exemplo, na aprovação de mosquiteiros impregnados com inseticidas para a proteção de malária, os quais já são utilizados pela população. Destaca-se, também, os produtos que foram testados pelo Iepa e que já são usados pelos agentes de endemias que atuam no combate à dengue. Assim como, os inseticidas que são borrifados nas paredes para combater a malária.

O diretor de pesquisas do Iepa, Allan Kardec, acrescentou que o Instituto, em parceria com a Universidade Federal do Amapá (Unifap), está testando novos produtos à base de plantas medicinais. “Concluímos recentemente o experimento de um produto que protege as águas, por exemplo, da reprodução do mosquito da dengue por até um ano. Isso tudo é possível por causa da criação desses insetos em laboratório. Esta criação nos garante realizar diversos tipos de pesquisas que irão beneficiar a população”, frisou.

Com a inauguração do insetário, o espaço poderá receber um número maior de pesquisadores e estudantes das áreas biomédicas que trabalham com pesquisas relacionadas às áreas de insetos transmissores de doenças.

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