João Pessoa recebeu, nesta semana, pró-reitores de todo o país para discutirem o impacto da pesquisa e da pós-graduação na sociedade. O assunto foi tema do 33º Encontro Nacional de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação (ENPROP), que começou na quarta-feira, 22, e vai até esta sexta, 24, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com a participação do presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Mario Neto Borges.
Foto: Natália Morato - CCS/CAPES
Na conferência de abertura, após a apresentação de José Fernandes Lima, da Universidade Federal de Sergipe, os debatedores afirmaram que a principal dificuldade é a de construir uma ponte entre a pesquisa e a sociedade. "Talvez a pesquisa seja uma agenda para os pesquisadores e não para a sociedade. Os pesquisadores defendem algo central pensando nos interesses da sociedade, mas, a partir do momento que a sociedade não entende o propósito, ela não apoia. Para que haja essa aproximação, é preciso que seja discutido um grande número de fatores relacionados também à cultura brasileira", explicou o presidente da CAPES, Abilio Baeta Neves.
Além de Baeta e Mario Neto, compôs a mesa de debates, o diretor de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Wanderley de Souza.
Internacionalização
Ainda durante a abertura, a pró-reitora de Pós-graduação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Maria Luiza Feitosa, afirmou que a pós-graduação está vivendo um momento decisivo. "A CAPES tem nos lançado um desafio grandioso no âmbito na internacionalização e temos que analisar o que podemos fazer em termos de diálogos e parcerias", resumiu. A pró-reitora também abordou a necessidade de aperfeiçoamento do Sistema Nacional de Pós-graduação (SNPG) nos próximos anos.
Também com a mesma percepção, o presidente do Fórum de Pró-Reitores de Pós-Graduação e Pesquisa (FOPROP), Joviles Trevisol, falou da importância da reunião. "Fizemos todo o esforço para ter nesse encontro o máximo de pró-reitores ¿ estamos com 260 inscritos. Temos clareza que este é o momento de estamos juntos, pois a dispersão física também estimula a dispersão intelectual e temos muitas pautas a serem discutidas. As universidades, os pesquisadores e as agências estão desafiados. Não daremos aqui um encaminhamento definitivo para todas as questões, mas podemos evoluir bastante. A intenção é que consigamos construir alternativas e caminhos que desenvolvam o país com mais compromisso social, com mais compromisso com a ciência e com a tecnologia e que tornem nossa participação mais ativa e dinâmica em 2018".
A vice-reitora da UFPB, Bernardina Juvenal de Oliveira, abordou a necessidade de encontros como esse para troca de experiências e para possibilitar um diálogo direto com as agências de fomento e, assim, manter viva a pesquisa no país. "Sem pesquisa, sem ciência, não há ensino", disse.
Painel
O presidente do CNPq participou, ainda, de Painel na quinta-feira, com apresentação sobre balaço e perspectivas do fomento à pesquisa e à pós-gradução. Para Mario Neto, o encontro foi importante para discutir o contexto vigente e a expectativa da sociedade em relação aos investimentos das agências de fomento federal nos seus respectivos programas.
Foto: COCOM/CNPq
"Num momento estratégico para a CT&I, a reunião do Fórum dos Pró-reitores de pesquisa e pós-graduação, XXXIII ENPROP, é um ambiente apropriado para a reflexão sobre a situação nacional e internacional na área. A sociedade nos exige mais e melhores resultados", ressaltou.
ENPROP
O Encontro Nacional de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação (ENPROP) ocorre anualmente em uma das regiões do país e conta com a participação de gestores das instituições de ensino superior de todo o país e dos diversos segmentos (públicos federais, estaduais e municipais, confessionais/comunitários, e particulares) que se dedicam regularmente à pesquisa, à inovação e à pós-graduação, além de gestores ministeriais, dirigentes das agências de fomento, pesquisadores renomados e convidados.